segunda-feira, março 03, 2008

Se, sê

se quiser se esconder, estarei do seu lado, um SER perdido no hiato de tempo entre o que passou e o que está por vir...

se quiser abdicar de tudo, estarei do seu lado, com todo o meu ouro enterrado e com a dor das lágrimas que salgam, cortam e nutrem os rios da face...

mas, se quiser comunhão, alma molhada em terra seca, abdica da sua condição de mortal e imortal e olha as estrelas, sente o vento em sua face, cega com a luz do sol o seu prisma e camufla sua pele na escuridão da noite...

perca-se na multidão, e encontre-se na solidão...corta sua carne para sentir a vida e colore com seu sangue este mundo...

respira todo o ar que puder, e vá tão fundo quanto o mar permitir...arrebenta suas limitações, rasga o globo com suas mãos e faz o som surgir com o seu grito...constrói, transforma o inerte em ser galopante...

rasteja a dor da metamorfose...A Vida...constante mutação, morte e vida... pó, carne, verme, vida, pó...autofagia...

não seja mais um verme rastejante inconformado com a simplicidade dos fatos...encontra a simplicidade do existir...lacuna do nascer e morrer...

busca o verdadeiro sentido das coisas...do mundo, nada restará, nem o corpo que o veste...de todos ficará o inerte, a ossada, o NADA que alimenta os que chegam...e, de você, restará o paralelo para que lembrem de sua rápida existência...e comecem, de novo, A Vida...

viva todos os "se" com os quais se deparar neste mundo multifacetado...só assim encontrará o seu único caminho...e, "se" quiser, "sê"...


Um comentário:

Anônimo disse...

Deixa eu te levar para uma valsa em qualquer dimensão que estejas...e de lá irradiar todas as ondas e freqüências coloridas...e voltar, com a paz de espírito que agora adormece ao pé da cama...