quinta-feira, setembro 07, 2006


Os pássaros....que sempre cantam esse horário (4 da manhã).
Havia me esquecido de como era, ouvi-los em uma crise de insônia....aflita....sem mais nem menos, porém, com "mais" e pouco menos.

Lembro que me incomodavam tanto....já agora, talvez meu rosto esteja se desfazendo e já muita coisa me faz permanecer com a mesma expressão e descobri, que não são os pássaros que não me deixam dormir.

Acho que sou eu mesma. Perdida. Em uma grande confusão. Sem fim.
Talvez eu deva enrolar meus neurônios em fita isolante....individualizando-os sem mais grandes conflitos elétricos/humanos.

Existe até um vento frio lá fora que passa rápido feito cavalo branco de história sem fim, sozinho, o som de seus passos apressados... vai....pulverizando....e logo, só posso ouvir meus batimentos cardíacos, confusos, dentro dos meus pulmões...sem ar.

De repente eu sinta falta de um potinho, daqueles de vidro com rolha e uma fitinha amarela amarrada com algo bom dentro, tipo um sonho...ou um...”por quê”, pra eu guardar no meu bolso...então, ele me salvaria toda vez que meus olhos trincassem de pânico ou dor.

Acho que preciso de uma xícara, vazia, cheia de um vácuo precioso que fizesse eu me sentir repentinamente bem, feito uma daquelas crianças que só tem um único motivo pra chorar: um corte no dedo mindinho e gordinho... então a mãe cisma em jogar algo que arda e tenha que soprar depois....feito meus olhos (doídos)....pra mim, só falta o Sopro.

Nesta noite, vou usar tijolos quebrados,
Não sou metade e nem inteira,
Só preciso deixar uma fenda...para quando a luz do sol bater, eu poder ver a poeira.


* Carla.

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