domingo, abril 02, 2006

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CAGAÇO - Paralamas

Esconde os dentes, segura a pancada
Abaixa o queixo pra salvar o nariz
Atropelado, atabalhoado
Bateu de frente com o trem social
Seguiu adiante, deixando os pedaços
Como a poesia de Wally Salomão

Cuida dos filhos, da filha-miséria
Com que carinho, com que dedicação
Pensa na fome, eu penso na língua
Em libertar meu pensamento burguês

É magricelo, um homem-martelo
Contra o mosaico do nada-que-se-fez
E o tom é de desilusão
E eu vouRastejar no chão
Eu tenho cagaço de descer ladeira abaixo
Tenho cagaço de pensar demais
Tenho cagaço de descer ladeira abaixo
Tenho cagaço de pensar demais

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